Se você recebeu o diagnóstico de pressão alta, saiba que essa é uma das doenças mais frequentes em todo o mundo. A hipertensão arterial, que é o nome oficial da pressão alta, é uma doença crônica muito prevalente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 1,28 bilhões de pessoas têm hipertensão arterial, e no Brasil 30% da população adulta é hipertensa. Entender a doença, seus sintomas, tratamentos e complicações é essencial para ter uma vida de qualidade.
Qual médico procurar?
O clínico geral e/ou o medico de família é frequentemente, o profissional que vai diagnosticar e iniciar o tratamento da pressão alta. Através de uma consulta qualificada, em que o médico está disponível para ouvir e entender as demandas do paciente, é possível identificar se a pressão arterial está elevada e iniciar ou otimizar o tratamento necessário.
Sou a Dra. Márcia Marques e tenho vasta experiência no diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial. Sou médica há mais de 30 anos e estou disponível para oferecer o cuidado e acompanhamento adequados, abordando cada paciente de maneira integral e individualizada.
Mas o que são doenças crônicas?
São condições de saúde que se desenvolvem lentamente e persistem por muito tempo, até por toda a vida. Diferem das doenças agudas, que aparecem subitamente e tem curta duração. As doenças crônicas são, na sua maioria, incuráveis e por isso podem afetar muito a qualidade de vida das pessoas. Para manter uma boa saúde, pessoas com doenças crônicas precisam de acompanhamento médico regular visando controlar os sintomas e evitar complicações.
São exemplos de doenças crônicas:
- Hipertensão Arterial
- Diabetes
- Doenças cardíacas: doença coronariana, insuficiência cardíaca, arritmias, etc.
- Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (enfisema e bronquite)
- Artrite e Osteoporose
- Câncer
- Doenças neurodegenerativas: doença de Parkinson e Alzheimer, etc.
Hipertensão Arterial
Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial acontece quando a força (pressão) que o sangue faz dentro dos vasos sanguíneos (artérias) se eleva por um período prolongado e contínuo. Esse excesso de pressão pode danificar os vasos sanguíneos, levando a complicações como acidente vascular cerebral (AVC) , insuficiência cardíaca e insuficiência renal.
A hipertensão é uma doença silenciosa pois muitas vezes não apresenta sintomas claros. Em muitos casos (na maioria) não é possível identificar o que causou o aumento da pressão, e isso é o que chamamos de hipertensão primária (ou essencial). O número de pessoas hipertensas cresce a cada ano devido ao envelhecimento da população e ao aumento dos fatores de risco.
E o que são fatores de risco? São condições, características ou comportamentos que aumentam as chances de uma pessoa desenvolver uma determinada doença. Na hipertensão arterial os principais fatores de risco são:
- Idade: pessoas com mais de 60 anos de idade tem chance aumentada de desenvolver hipertensão.
- Histórico familiar: ter parentes próximos com pressão alta aumenta a chance de desenvolver a doença.
- Obesidade: o excesso de peso exige mais trabalho do coração para bombear o sangue para todo o corpo e isso pode aumentar a pressão arterial.
- Sedentarismo: a falta de atividade física regular pode contribuir para o ganho de peso, além de comprometer o bom funcionamento do coração.
- Alimentação inadequada: dietas ricas em açúcares e gorduras aumentam o risco de obstrução das artérias e ganho de peso.
- Consumo excessivo de sal: o excesso de sódio (sal) na alimentação diária faz com que o corpo retenha líquidos, aumentando o volume de sangue e como consequência, eleva a pressão arterial.
- Consumo excessivo de álcool: bebidas alcoólicas provocam um estreitamento dos vasos sanguíneos (vasoconstrição) e isso faz com que a pressão arterial se eleve.
- Estresse: pessoas constantemente estressadas liberam hormônios em quantidades anormais que impedem o relaxamento do corpo e uma melhor circulação do sangue.
- Tabagismo: o uso do tabaco aumenta a pressão por causar vasoconstrição e por danificar a estrutura dos vasos sanguíneos.
Diagnóstico – como saber se é realmente pressão alta.
Por ser uma doença com poucos sintomas físicos, a hipertensão arterial será diagnosticada principalmente através da aferição (medir com aparelho) da pressão arterial. Essa avaliação da pressão arterial deverá ser feita em condições adequadas, com a pessoa em repouso, nas posições assentada e deitada. Também é necessário aferir a pressão várias vezes , num período de tempo, e será considerada pressão alta valores iguais ou maiores que 140×90 mmHg. A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) é o melhor exame para a confirmação diagnóstica da hipertensão arterial. Há também a opção da monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), com custo menor e maior conforto.
Os sintomas físicos não são frequentes e costumam aparecer quando a pressão arterial está muito elevada. Esses possíveis sintomas são:
- dor de cabeça: costuma ser intensa, mais na região da nuca e pode piorar no inicio da manha.
- tontura ou vertigem: pode ocorrer quando a pressão se eleva subitamente.
- zumbido nos ouvidos: pode ser agravado por causa da hipertensão.
- visão embaçada: os vasos sanguíneos dos olhos podem ser danificados pela pressão alta.
- dor no peito: não é comum, mas pode indicar sobrecarga do coração.
- falta de ar: mais frequente durante atividades físicas.
- sangramento nasal: pode ocorrer quando há maior elevação da pressão.
Muitas pessoas não sabem que são hipertensas e vão descobrir essa condição durante uma aferição casual, em locais como farmácias e shoppings. Em alguns casos, a descoberta se dará numa consulta médica de rotina. Por isso é importante aferir a pressão arterial pelo menos uma vez por ano, principalmente se a pessoa apresenta os fatores de risco para a doença.
Tratamento – o que fazer agora que tenho pressão alta?
O tratamento da pressão alta envolve o uso diário de medicações anti-hipertensivas quando necessário, e mudanças do estilo de vida. Será sempre individualizado, considerando a idade e condições de vida de cada pessoa. Controlar a hipertensão arterial é fundamental para uma boa qualidade de vida. Evita complicações no longo prazo e reduz a possibilidade de morte relacionada com essas complicações.
As mudanças no estilo de vida são essenciais para o tratamento da hipertensão. Para algumas pessoas essas mudanças são suficientes para promover a normalização da pressão arterial, sem a necessidade de medicamentos. O controle do peso corporal, a prática regular de atividade física, uma alimentação saudável, o consumo regrado de bebida alcoólica, parar de fumar e controlar o estresse são hábitos que precisam ser construídos e mantidos.
Quando será necessário tomar remédio para controlar a pressão alta? O uso de medicamentos geralmente é indicado quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes para controlar a pressão arterial ou se ela estiver muito alta. Outros fatores também contribuem para a decisão de iniciar os medicamentos:
- risco cardiovascular elevado: pessoas que tem outros diagnósticos que podem comprometer a saúde do coração. Diabetes, doença renal cronica, colesterol e/ou triglicérides elevados são alguns exemplos.
- complicações em órgãos-alvo: quando a hipertensão arterial já causou danos em órgãos como os rins, os olhos ou o coração.
- hipertensão secundária: quando a pressão alta é causada por outra doença, como o hipertireoidismo, por exemplo.
É muito importante a adesão ao tratamento conforme a receita e orientação médica, sem interromper ou alterar a dosagem dos medicamentos. Qualquer sintoma indesejável precisa ser comunicado ao médico, bem como as dúvidas que possam surgir com o uso dos remédios. O sucesso do tratamento da pressão alta depende da disciplina no uso correto e constante dos medicamentos anti-hipertensivos. Seu médico irá acompanhar a resposta ao tratamento e fará os ajustes quando necessário.
Complicações – o que acontece se a pressão alta não for tratada?
Se não for tratada adequadamente, a hipertensão arterial pode causar problemas graves em vários órgãos. Aqui estão algumas das principais complicações associadas à hipertensão:
- Ataque cardíaco: é o infarto do miocárdio, que pode acontecer porque a pressão sempre alta força o trabalho do coração levando a um espessamento do músculo cardíaco.
- Insuficiência cardíaca: com o excesso de esforço ao longo do tempo, o coração pode se tornar incapaz de bombear o sangue de forma adequada.
- Acidente vascular cerebral: também conhecido como derrame ou AVC. Pode ser isquêmico, quando a hipertensão causa o estreitamento e endurecimento dos vasos do cérebro, aumentando o risco de um coagulo bloquear a passagem do sangue. Pode ser hemorrágico, quando a pressão alta enfraquece os vasos sanguíneos do cérebro que podem se romper.
- Insuficiência renal: a hipertensão arterial é uma das principais causas de doença renal crônica porque danifica os vasos sanguíneos dos rins e reduz a capacidade renal de filtrar resíduos do sangue.
- Problemas da visão: a retinopatia hipertensiva pode causar desde visão turva (embaçada), danos permanentes na visão ou até cegueira.
- Demência: pressão alta está associada a um maior risco de desenvolver demência e doença de Alzheimer. Isso ocorre devido a alteração do fluxo sanguíneo no cérebro.
- Disfunção sexual: nos homens, a hipertensão pode levar à disfunção erétil (impotência) devido a diminuição do fluxo de sangue para o pênis. Nas mulheres, pode contribuir para a diminuição da libido e dificuldades sexuais.
- Complicações na gravidez: hipertensão na gravidez pode levar à pre-eclampsia, que é uma condição perigosa para a mãe e o bebe.
As complicações da hipertensão arterial não tratada ou mal controlada podem ser graves e até fatais. No entanto elas podem ser prevenidas ou retardadas com um tratamento eficaz através das mudanças no estilo de vida, medicações e acompanhamento médico regular. É crucial identificar e tratar a pressão alta o mais cedo possível para evitar danos a longo prazo.
E para terminar
É muito importante entender que o tratamento correto e contínuo da hipertensão arterial é essencial para proporcionar um controle real da doença e evitar complicações. Pequenas mudanças em direção a uma vida mais saudável podem ter grandes impactos na sua qualidade de vida. Seja comprometido com o tratamento, seguindo as orientações médicas e agendando o acompanhamento regular, mantenha o foco e confie na sua capacidade de fazer boas escolhas para garantir seu bem estar.
Para saber mais
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao
Material muito bom e esclarecedor!!
Obrigada por compartilhar, me ajudou muito.
Olá Sonia! Fico feliz que meu artigo tenha te ajudado.